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Os pobres “dótores, inginheiros e quitetos”

Os pobres “dótores, inginheiros e quitetos”

Editorial de Artur Bacelar na edição nº540, de 3 de junho de 2022, do Jornal Maia Hoje

Os políticos, em geral, salvo honrosas e brilhantes exceções, que as há, não nasceram com nenhum dom especial. São pessoas que, na sua maioria, não tendo capacidade para singrar na vida privada, principalmente por falta de “berço”, agarram-se com unhas e dentes ao mais pequeno tacho público que está ao seu alcance, tentando depois, usando os seus colegas como degraus, subir na escala dos pseudo importantes o que os deixa em êxtase total.

Por tal feito sentem-se como DiCaprio e Winslet em Titanic, “reis do mundo”. Julgam-se seres superiores que desbaratam o erário público e esquecem a essência humilde da sua profissão, o serviço público, que deve ser prestado com elevado respeito por quem lhes paga o salário. Talvez por isso, cada vez mais, as pessoas não perdem tempo a votar, e por esse meio doar aos cofres partidários, que alimentam esta espécie invasora do ecossistema democrático.

Ao jeito “noveaux riche” a moda chega agora com mais frequência às autarquias, revelando uma nova classe de políticos rasteiros, pegajosos e belicosos “dótores, inginheiros e quitetos”.

Esses politiqueiros, tem o hábito de não ouvir o povo que os procura, escudam-se em frondosas agendas que giram em volta das refeições “de trabalho” pagas com o cartão de crédito da “empresa”. Outros não tem pudor em usar da mentira, do seu baixo nível de intelecto e de moral, para por exemplo atribuir funções nos seus próprios departamentos, a familiares, como se não houvesse mais sapientes na terra.

Esta “onda” não tem cor, mas tende a ser mais arrebatadora em quem está no poder. Felizmente são só alguns, mas, à custa de serem os “Reis do Mundo”, hipotecam uma nova geração de potenciais bons autarcas que por esse erro não saberá o que é ganhar eleições e dessa forma servir a sua comunidade.

A boa notícia, como referi, é que são apenas alguns, mas o Rt é elevadíssimo e perigoso.

Por mim, desde o meu forte empenho no após 25 de Abril, estou vacinado e resistente ao vírus.

Nota: Não podia deixar de passar em claro a efeméride do desaparecimento do Dr. Vieira de Carvalho. Fez esta semana precisamente 20 anos que tivemos de dar a notícia que não queríamos dar sobre o homem que proferia «acima da Maia, só Deus». Vieira de Carvalho, só existiu um e esse é imortal.

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