Liga: No clássico do Dragão jogo de empatas, dá nulo no marcador.
Após uma semana em que se falou de viroses, chegou o momento da verdade, com os dois eternos rivais, FC do porto e Benfica a entrarem em campo para mais um clássico, em que à partida os portistas levavam vantagem, com 102 vitórias contra 93 derrotas, em 257 partidas em absoluto. Este número passa a 70 vitórias e apenas 19 derrotas nos 119 jogos realizados em casa própria. Se só contabilizássemos jogos da liga, (182) a vantagem portista mantêm-se com 72 triunfos, 61 derrotas e 49 empates, agora mais um, e sem golos
Mas esta vantagem competitiva não teve respaldo na época passada com o FC do Porto a somar por derrotas, ambas por 4-1, os jogos realizados para a liga, números que há mais de 60 anos não aconteciam com esta expressão em seu desfavor. Vale-lhe a atenuante de no jogo imediatamente anterior, da época anterior, ter recebido, e vencido, o Benfica por 5-0, ainda mais expressivo, juntando-se o então seu treinador Sérgio Conceição, a André Villas-Boas e a António Oliveira, que em 2011 e em 1996 alcançaram o mesmo feito, com este último a ser conquistado em casa do adversário.
Desta feita, eram dois treinadores que nunca se tinham defrontado, e que pelo que se viu no tabuleiro de jogo, se respeitaram mutuamente, porventura em demasia. O italiano Farioli em estreia neste clássico, e José Mourinho com imensa experiência nestes confrontos, mas do outro lado da barricada, onde venceu mais que perdeu, conquistando seis títulos, entre os quais uma Taça UEFA e uma Liga dos Campeões.
Antes do início o Dragão recebeu, ouviu e recordou nos écrans gigantes alguns momentos de três ex-jogadores que fizeram história no FC do Porto: Fucile, Quaresma e Sapunaru.
Perante 49520 espetadores que enchiam o Estádio do Dragão, com uma temperatura amena, e o regresso dos Super Dragões às bancadas após a assinatura de novo protocolo com o clube, viveu-se uma atmosfera vibrante de apoio às equipas.
No relvado, Farioli fez alinhar, Diogo Costa, Alberto Costa, Jakub Kiwior, Jan Bednarek, Francisco Moura, Alan Varela, Victor Froholdt, Pepê, Gabri Veiga, Borja Sainz, e Samu.
José Mourinho escalou: Anatoliy Trubin, Amar Dedic, António Silva, Nicolás Otamendi, Samuel Dahl, Enzo Barrenechea, Richard Ríos, Dodi Lukebakio, Georgiy Sudakov, Fredrik Aursnes, Vangelis Pavlidis.
Esperava-se que, conforme é habitual nos jogos em casa, o FC do Porto tomasse a iniciativa para chegar ao golo. No entanto, José Mourinho trazia outras ideias, e mediante imensas cautelas táticas, conseguiu ter a equipa bem calibrada para não deixar o FC do Porto ter iniciativa, principalmente nos primeiros 20minutos.
A partir daí o FC do Porto começou a trocar melhor a bola, a ter mais posse, e a criar algum perigo, com destaque para um desvio de Gabri Veiga de calcanhar, que poderia ir para o fundo da baliza, mas embateu-lhe nas próprias pernas fruto da intervenção de António Silva. A outra oportunidade foi de Pepê, após um ressalto na área, a rematar cruzado ao segundo poste com a bola a sair um pouco ao lado do ângulo superior direito da baliza de Trubin.
Ainda assim a primeira parte terminou com ligeira vantagem (56%) de posse para o FC do Porto, mas pode-se dizer que o resultado é justo para o futebol produzido por ambas as equipas, uma vez que não houve futebol ofensivo e vibrante que justificasse golos.
A segunda parte acabou por ser praticamente idêntica. Poucas oportunidades de parte a parte, fruto de um cuidado por demais evidente, em que se percebia que, embora querendo ganhar, nenhuma equipa queria perder.
Por motivos diferentes, claro, mas esse fator foi decisivo para ambas as equipas priorizarem a defesa e passarem, também a segunda parte, a exacerbarem os cuidados táticos, que pudessem provocar um erro aproveitado pelo adversário.
Ainda assim foi o FC do Porto a ter maior pendor ofensivo e teve, aos 90 minutos, uma oportunidade de ouro, precisamente pelo seu menino de ouro, Rodrigo Mora, com um remate em arco com a bola a bater na parte superior da barra, junto ao ângulo, gorando-se assim a melhor oportunidade dos portistas mesmo ao cair do pano.
Do lado oposto, a melhor oportunidade do Benfica aconteceu aos 63 minutos, quando Kiwior fez um corte, quase remate à própria baliza, de tal forma que surpreendeu, e bateu, Diogo Costa, mas com a bola a embater, também na parte superior da barra.
Destaque ainda para um possível penálti, aos 88 minutos, quando na área encarnada ouve um puxão nas costas de Deniz Gul, mas nem árbitro, nem VAR relevaram. O puxão existiu, como se vê na imagem, mas a avaliação da intensidade é subjetiva, e neste caso foi desvalorizada.
Um ambiente como o vivido no Dragão, mereciam outro tipo de jogo e sobretudo golos, mas não foi noite para isso, e por isso fica alguma sensação de poucochinho. Com este resultado e fruto do empate do Sporting frente ao SC de Braga, a jornada termina com tudo na mesma para os primeiros da tabela.
Já o FC do Porto vê interrompida a série de 9 vitórias oficiais, impedindo Farioli de se juntar a André Villas-Boas que havia vencido os seus dois primeiros clássicos.
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