Gala dos Dragões de Ouro 2025 do FC do Porto
Realizou-se ontem a Gala dos Dragões de Ouro 2025, para entrega àqueles que mais se distinguiram no universo azul e branco, num total de 17 categorias e mais um Dragão de Honra.
Depois de um Cocktail de receção a um grupo restrito de convidados na Tribuna VIP do Estádio do Dragão, o evento teve continuidade no Dragão Arena. Aí, o “pontapé de saída” coube a André Villas-Boas com um discurso centrado em homenagear os homens da familia portista este ano falecidos: Jorge Nuno Pinto da Costa, o Presidente dos Presidentes, os eis jogadores Diogo Jota e seu irmão André Silva, e ainda Jorge Costa o ex-jogador e dirigente vítima de ataque cardíaco quando estava ao serviço do clube, lembrando as premissas de quem representa o clube:
“Neste clube aprendemos os valores do trabalho, da exigência, do rigor e da transcendência, valores que nos levam hoje a ter uma cultura de vitória, e uma sede de vencer que nos distingue dos demais. A conquista destes valores foi forjada ao longo do tempo nestes 132 anos de história do FC do Porto por grandes homens, desde logo os seus fundadores, António Nicolau de Almeida e José Monteiro da Costa, os seus Presidentes e dirigentes, os treinadores e os jogadores que propositadamente criaram uma cultura moldada pela personalidade do povo e das gentes desta cidade e da região Norte. Graças a isso, nos dias de hoje, o portista distingue-se pelo seu carácter, pela sua persistência, pela sua vontade de vence, pela luta intransigente, pelos seus valores. Nos últimos meses, o FC do Porto perdeu duas grandes figuras que na sua história marcaram profundamente a nossa vida associativa. Partiu Pinto da Costa o Presidente dos Presidentes, o homem que transformou este clube numa referência mundial e que acreditou sempre que o FC do Porto poderia ser muito maior, e que nos guiou em décadas de conquistas. À data de hoje, as mais importantes do futebol português. Jorge Nuno Pinto da Costa foi o maior dirigente desportivo do futebol mundial e o maior Presidente da história do FC do Porto. Partiu também o nosso Querido Jorge Costa, o nosso “bicho” capitão e dirigente, exemplo de coragem de lealdade e de paixão pelo emblema. De um amor profundo pelo seu clube, pelas tradições do Porto. Formado na casa, jogador da casa e veículo transmissor de energia, nobreza e alegria. “Adoro isto, adoro o balneário”, dizia Jorge Costa. Se alguém que nos inspira como ninguém és tu, meu querido amigo Jorge. Perdemos ainda dois jovens que levaram o nome do FC do Porto muito longe, Diogo Jota e André Silva. Talentos que partiram demasiado cedo, mas que deixaram um rasto de orgulho em todos nós. Estas perdas doem, tocam-nos como portistas e como pessoas, mas ao mesmo tempo obrigam-nos a olhar para o legado que deixaram e transformá-lo em responsabilidade. Sem memória não há história, sem memória, não há futuro”

Lançou depois um olhar à gestão no passado recente da atual direção: “…Tivemos conquistas importantes, lançamos projetos estruturantes, mas não conseguimos o título nacional em futebol que todos desejávamos. Houve momentos de frustração, houve muitos erros, e não temos qualquer problema em assumi-lo. O mais importante é que o clube não se escondeu, e por isso não foi um ano de todo perdido. Iniciamos a época com a conquista da Supertaça em futebol. Fomos bicampeões nacionais em hóquei em patins, conquistamos a Supertaça e a Taça em Basquetebol, e celebramos inúmeras vitórias e títulos na natação e no desporto adaptado. Estes resultados mostram que o espírito portista, competitivo e vencedor está presente em todas as frentes, honrando o símbolo que representamos e elevando o nome do FC do Porto em cada modalidade. Foi esse espírito que este ano transportamos para o futebol. Onde tomamos decisões exigentes e difíceis. Confiamos a liderança técnica a Francesco Farioli, um treinador jovem, mas com um percurso já sólido, que representa bem o equilíbrio que queremos, o respeito absoluto pelo nosso ADN competitivo e ao mesmo tempo, uma abordagem moderna ao treino.” (…) O sonho de sermos campeões está presente em cada treino em cada reunião e em cada decisão que tomamos. E esse sonho só faz sentido porque é partilhado por todos.”
Continuou destacando os projetos em curso e mais próximos “Fora das 4 linhas”, como a restruturação financeira: ”Alcançamos um resultado líquido consolidado histórico”, (…) “Melhoramos os capitais próprios e, ao mesmo tempo, concretizamos o maior investimento dos últimos anos na equipa principal”, bem como o lançamento do novo cartão de Sócio, o portal de Sócio, o portal da Mulher, o crescimento de 15.000 novos sócios em apenas 5 meses, o valor das casas do clube, e a Fundação FC do Porto, com a sua missão social, cultural e desportiva. Sem esquecer as infraestruturas com lançamento em breve do centro de alto rendimento do Olival, e do pavilhão gimnodesportivo em Campanhã que permitirá acolher algumas das modalidades amadoras do clube.
Voltando ao momento presente, sublinhou ainda: “…Não estaremos apenas a aplaudir vitórias, golos ou resultados. Estaremos a agradecer horas de dedicação, esforço, suor, decisões difíceis, mas sobretudo disponibilidade para servir uma paixão. Vivida intensamente em silêncio e em grupo pelo FC do Porto. A quem vier a ser chamado a este palco, quero deixar uma mensagem muito simples, este não é um ponto de chegada. É um ponto de passagem que vos liga ainda mais ao FC do Porto. Se hoje recebem um Dragão de Ouro, seja como atleta, treinador, seccionista, colaborador, funcionário responsável de uma casa, parceiro, ou projeto, é porque conseguiram num ano muito difícil para o clube manter acesa a chama da exigência”, não esquecendo de lembrar as lutas com os adversários e o sistema: “…É por causa dessa força que o FC do Porto continua a incomodar tanta gente. Mesmo quando o caminho parece inclinado, sabemos que não estamos sozinhos, o clube é vosso. A direção que hoje lidero é responsável pela passagem de um património material e imaterial que se quer mais rico nas próximas gerações. O que nos distingue é esta capacidade de nos renovarmos com a mesma vontade de lutar com o realismo, mas sem medo por um FC do Porto maior, mais competitivo e mais fiel à sua identidade. (…) “Que esta gala seja para todos um momento de inspiração. Para reforçarmos a ideia de que juntos, com trabalho com rigor e com ambição, vamos continuar a levar este clube para a frente”, – finalizou.

Passou-se depois à entrega dos prémios aos contemplados. Pela segunda vez os sócios foram chamados a votar online, pela segunda vez, em três categorias: Futebolista, Modalidades de Pavilhão, e Sócio do Ano, distinguindo assim quem se destacou na respetiva categoria.
Os nomeados para o Dragão de Ouro na categoria de Futebolista foram: • Iván Marcano, o defesa mais goleador da história do FC do Porto; • Nico González, figura de destaque na primeira metade da época 2024/205; • Rodrigo Mora, “menino de ouro” e jovem promessa que distribui magia nos relvados; e, • Samu, também jovem promessa que chegou viu e venceu na época passada com 45 jogos, 27 golos e 3 assistências. Os sócios atribuíram a vitória a Rodrigo Mora.

Nomeados para o Dragão de Ouro na categoria de Sócio, eram • Luís Bacelar (Sócio n. 4), com 85 anos de associado, e 92 de vida; • Paulo Bizarro (Sócio n. 3170), com 55 anos de associado, um dos rostos do Dia do Clube; • Manuel Ramiro Ferreira (Sócio n. 4173), com 100% de assiduidade nos jogos em casa e treinador voluntário no Desporto adaptado do clube; • Ricardo Galiza Marques (Sócio n. 12541), com lugar anual desde a inauguração do Dragão e presença assídua também no Dragão Arena. Novamente por decisão dos sócios coube ao sócio mais antigo ainda vivo, Luis Bacelar, a honra de receber o troféu, ele que em breve será o sócio número um do clube, repetindo a façanha de José Bacelar que ocupou esse lugar por muitos anos, nomeadamente aquando da inauguração do Estádio da Antas onde foi o porte estandarte da bandeira Nacional em 28 de Maio de 1952, tendo sido também atleta, dirigente e benemérito.

Já os nomeados para Dragão de Ouro na categoria de Atleta Modalidades de Pavilhão foram: • Diogo Rêma (Andebol), recentemente eleito Melhor Guarda-redes do Mundial Sub-21, é uma certeza do andebol portista; • Miguel Queiroz (Basquetebol), capitão, levantou a Supertaça e Taça de Portugal em 2024/25; • Rafa (Hóquei em Patins), com 12 temporadas consecutivas e 14 anos de FC Porto no total, em 2024/25 juntou mais um título nacional ao pecúlio pessoal (já são 7 de azul e branco), foi eleito pela imprensa especializada o Melhor Jogador do Campeonato; • Lila Durão (Voleibol), na segunda temporada ao serviço do FC Porto, Lila Durão mostrou a qualidade reconhecida de uma internacional portuguesa. Chamados a escolher os sócios deram preferência a Rafa.

Nas restantes categorias, os vencedores da noite foram:
Seccionista do ano: Mário Lopes, histórico diretor da equipa Vintage

Projeto do Ano: Portal do Sócio entregue a Pedro Bragança
Funcionária do Ano: Mafalda Magalhães Diretora do museu
Dedicação: Vítor Santos, motorista do clube
Casa: Ponte da Barca, recebida por Carlos Moreira, seu presidente
Parceiro: Revigrés, entregue a Paula Roque
Revelação: Bernardo Lima, da equipa B com apenas 16 anos
Vencedor Modalidades amadoras: Filipa Castro, da natação adaptada
Treinador: Daniel Chaves, treinador da equipa feminina
Atleta: Xavi Malián, guarda-redes da equipa do Hóquei em Patins
Equipa: FC Porto W, futebol feminino, entregue a José Ferreira
Vintage: António Frasco, antigo jogador e campeão europeu em 1987
Carreira: João Pinto, o “número 2″ do FC do Porto, como ficou conhecido

Recordação: Jorge Costa, o sucessor da camisola dois. Entregue à esposa.
Honra: Pinto da Costa, presidente durante 42 anos
O evento terminou com a atribuição desta última distinção a Pinto da Costa tendo sido lido um texto da autoria do seu filho Alexandre, que não esteve presente, pelo que não foi entregue em público, terminando assim os Dragões de Ouro de 2025, evento que se realiza ininterruptamente desde 1986.
Fotos: Créditos FC do Porto




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